Apresentação
Este blog foi desenvolvido
como objetivo de avaliação do componente curricular: Referenciais
Teórico-Metodológicos do Ensino de História no Ensino Fundamental I, lecionada
pelo docente Alfredo da Malta.
Salvador antiga - Imagem: Google
A
importância de Salvador
Salvador foi fundada em 29
de março de 1549 e é a capital do estado da Bahia, estando situada na entrada
da Baia de Todos os Santos. Foi a capital do Brasil durante 214 anos, de 1549 a
1763. A posição estratégica da “Baia de Todos os Santos” criou desde 1500
ligações entre Portugal, Brasil, África e Ásia. As condições naturais que
propiciavam aos navegadores portugueses a parada segura de suas embarcações foram
determinantes na sua escolha como local para a primeira capital do Brasil. Foi
criada para ser um entreposto comercial da carreira das Índias.
A
cidade de Salvador era o porto mais importante do ponto de vista comercial e de
localização estratégica em relação às correntes marinhas e regime dos ventos, o
que lhe dava vantagens e favorecia toda a transição. Era passagem obrigatória
de embarcações vindas da África, Índia e China.
Além
de capital, a cidade logo incorporou duas outras funções: a de porto de apoio
às rotas do oriente e a de grande centro de exportação de açúcar. Estas
atividades contribuíram para a formação de uma população mestiça de portugueses
e escravos africanos, importados em grande escala para o cultivo da cana.
Na
condição de capital, essa cidade foi o centro das mais importantes decisões que
vinham de Portugal e deveriam ser aqui cumpridas. Além disso, várias questões
políticas e jurídicas a serem resolvidas passavam pelo olhar das autoridades
que ali ficavam.
A
escolha de Salvador como capital tinha também uma relação com a economia
açucareira. O Nordeste era o maior centro produtor de açúcar que durante muito
tempo foi uma das mais importantes e mais rentáveis riquezas exploradas pelos
colonizadores. Desse modo, Salvador tinha uma posição estratégica para que a
comunicação com os grandes pólos produtores de açúcar fosse facilitada.
Salvador atual - Imagem: Google
História
do bairro
Antigas Fazendas - Imagem: Google
A história do bairro do
Nordeste de Amaralina está estreitamente ligada à comunidade de pescadores do
Rio Vermelho, constituída no início do século XIX e uma das mais velhas de
Salvador. No início do século XX, quando o Rio Vermelho começa a ser cobiçado
pela burguesia, os pescadores são obrigados a construir suas casas nos
arredores, isto é, em Amaralina.
Os
pescadores e suas famílias instalam-se no Alto da Colina do Nordeste de
Amaralina, em frente à Praia de Amaralina. Na época, todas as terras pertenciam
a diversos grandes proprietários, dentre eles, a família Amaral, a qual possuía
uma importante parte dos terrenos e dá seu nome ao bairro: Amaralina. A partir
dos anos 50, enriquecida com belas residências e um transporte mais fácil, a
população do Rio Vermelho cresce e se estende até Amaralina. Preferida pelos
veranistas, à época, Amaralina distingue-se logo por sua “população de praia”,
vivendo de pesca e abrigando em seus morros o candomblé.
Amaralina atual - Imagem: Google
Invasões
de Amaralina
Nordeste de Amaralina - Imagem: Google
No século XVIII, o atual
bairro Nordeste de Amaralina era composto por grandes terras agrícolas onde se
localizavam diversas fazendas, dentre elas, a da Paciência, a da Santa Cruz, a
de Ubaranas, as de Alagoas e Pituba que depois foram divididas entre diversos
proprietários.
O vale das Pedrinhas
pertencia a fazenda Nasser Borges. Seu acesso era difícil e era habitado apenas
por pequenos lavradores que praticavam a cultura de legumes e a criação de
porcos. Em 1969, chegam os primeiros invasores, principalmente, famílias de
pescadores vindas de outras invasões. Sua forma de ocupação é a única na época.
A ocupação do Nordeste de Amaralina deu-se do mesmo modo que as outras invasões
localizadas em terrenos acidentados, assim como em toda Salvador desde a sua
fundação. Em seguida, surgem as primeiras vias de penetração do bairro e a
instalação, mais tarde, do comércio e equipamentos.
Assim, parte da ocupação
dessa área começou por pessoas que vieram do interior para trabalhar nessas
fazendas, tais como: domésticas, lavadeiras e caseiras que terminou por
fixar-se nas redondezas e em outras partes por pescadores.
O comércio forte e variado é
uma das principais fontes de renda dos habitantes do Nordeste de Amaralina. O
bairro está localizado em uma área que dá acesso a outros bairros e logradouros
da redondeza, sendo eles: Pituba, Itaigara Avenida Antônio Carlos Magalhães,
fazendo fronteira também com o Parque da Cidade.
Entrevista
Qual o seu nome completo e há quanto tempo
você reside no bairro?
Meu nome é Elizene de Jesus Pereira Alves,
tenho 52 anos e resido aqui há 47 anos.
Por
que veio morar aqui?
Quando vim morar aqui eu tinha 5 anos de
idade. Vim do distrito de Santiago do Iguape, município de Cachoeira com toda a
minha família, pois a vida lá era muito difícil. Meu pai era carpinteiro, minha
mães dona do lar, meu tio pescador e minhas tias empregadas domésticas.
Como
era o bairro?
Quando vim morar aqui a situação era
precária. Não tinha água encanada, as ruas eram estreitas e cheias de lama. O
solo alagadiço, tinha uma vala que quando chovia inundava a rua e as poucas
casas que havia e alguns moradores chegaram até a falecer com leptospirose. As
pessoas que residiam aqui sofriam muito. Antigamente havia uma fazenda de
hortaliças, frutas e verduras no início da rua na qual eu resido, cujos donos,
que já faleceram, chamavam-se Marta e
Genésio. Essa fazenda já não existe mais, pois foi vendida pelos seus filho e,
atualmente, o local é habitado por outros moradores.
Como
surgiu o bairro Vale das Pedrinhas?
O bairro vale das Pedrinhas surgiu quando
houve a separação dos bairros Chapada do Rio Vermelho, santa Cruz e Nordeste de
Amaralina, ficando o Vale das Pedrinhas no meio desses bairros. O nome foi dado
em razão de conter muitas pedras (pedreira). Na década de 80 o Governador
Antônio Carlos Magalhães fundou um posto de saúde na rua principal. Hoje,
reinaugurado pelo prefeito de Salvador como Multicentro de Saúde, o qual trouxe
grande crescimento para o bairro.
Como
está o bairro atualmente?
Hoje está um bairro muito populoso, no qual
me orgulho muito em morar aqui. Com um comércio forte e variado, sendo uma das
principais rendas dos habitantes com a escola municipal e muitas outras particulares
e casa lotérica, além de muitos moradores. Um bairro onde nasci, cresci e tive
meus filhos. Eu amo muito o meu bairro. Essa é uma parte da minha
história.
Multicentro do Vale das Pedrinhas